segunda-feira, 21 de março de 2011

Fim de semana


Me dou bem com a criançada. Muitas vezes penso se isso realmente é uma qualidade minha. Tipo assim, pode ser que eu me dê bem com eles por que (a exemplo das pessoas que preferem cães e gatos a pessoas) é bem mais fácil se relacionar com crianças do que com adultos. Mas aí lembro que me dou bem com adultos também e concluo: sim, Telminho, é uma qualidade tua.
Bem, votem em mim pra governante do mundo.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Revista Ilustrar

Desenhar é uma coisa bem legal. Eu, cada vez que vejo ilustras bonitas, sinto uma vontade danada de sentar à prancheta e fazer umas coisas bonitas também. Trabalho com ilustração, mas sei que faço o feijão com arroz. No fundo, não sou um desenhista dos mais dedicados. Quero fazer muitas outras coisas ao mesmo tempo (tocar, ler, escrever, me exercitar, beber) e por isso não aprimoro meu estilo. Aliás, eu nem tenho estilo, faço vários traços, nenhum que possa chamar de meu. Mas é isso, quando vejo desenhos legais, dá vontade de dar uma melhoradinha, de fazer algum trabalho com mais esmero, com mais tesão.
Isso me aconteceu recentemente quando descobri a revista online Ilustrar. Os caras que a editam, disponibilizam a publicação em PDF para download. Está no número 21. Não vi nem a metade ainda, mas já deu pra perceber que são todas muito boas, o melhor do traço do Brasil e do exterior. Mandei meus rabiscos pra lá, sem muita esperança de ser publicado.
Selecionei um pouco, do pouco que vi. Quem quiser ver mais, clique aqui. Como sempre digo: vale a pena.



segunda-feira, 14 de março de 2011

Viagem


Yo estuve en Montevideo. Meu portunhol melhorou um pouco. Meu astral melhorou um monte. Esse negócio de viajar até que é bem legal. Vou fazer isso com mais freqüência daqui pra frente. Ficamos, eu e dois amigos, num hostel. Quem já ficou num, sabe como é. Uma beleza! Gente de várias partes do mundo, galera se entrosando num portunhol claudicante ou num inglês macarrônico, muita cerveja e festa. Quartos mistos onde você pode ir dormir com uma argentina e acordar com uma inglesa (cada um na sua cama, infelizmente).
Montevideo é uma cidade interessante. Bonita, claro. Em muitos aspectos é parecida com Porto Alegre, mas as pessoas são muito mais civilizadas, o trânsito não é tão caótico e as ruas são, quase todas, arborizadas. Verdadeiros túneis verdes. E o ar é mais cosmopolita, evidente. É uma cidade turística com um quê de decadente. Se eu tivesse nascido lá, talvez me apaixonasse ao ponto de não trocá-la por cidade nenhuma do mundo.
A mulher uruguaia é serena. Parece que lá elas não estão assim tão ansiosas pela beleza. São elegantes com simplicidade. Não usam salto alto, por exemplo. E as demonstrações de interesse praticamente inexistem. Poderia achar que o problema era comigo, mas vi pouquíssimos sinais de flerte entre os homens e mulheres de lá. Ou eles são mais sutis. Talvez porque a cidade tem praias, as mulheres são um tanto “descuidadas” com a postura. Vi muitas sentadas de saia e com as pernas abertas. Os caras não dão a mínima, mas eu, confesso, tive que fazer um esforço grande pra não pagar uma de “brasileiro tarado”.
Me descobri um turista atípico. Fiz muito poucas fotos e não comprei souvenir algum. Mesmo livros comprei poucos. O fato de a cidade ter muitíssimas livrarias e a famosa feira dominical de Tristan Narvaja juntar um monte de sebos na rua, não mudou muito o meu perfil de garimpeiro literário. Compro os bons e baratos. E buenas, eles não estavam mais baratos por lá. Os preços se equiparavam aos daqui, com a desvantagem de serem livros em espanhol (eu leio na boa, mas pra vender não é legal). Trouxe na mochila um Borges, um Beckett, um Levi-Strauss e um uruguaio desconhecido que me recomendaram, Hector Galmes.
Tenho muitíssimas outras impressões pra compartilhar, mas isso de contar de viagens é meio chatinho, eu acho. Quem quiser saber mais sobre Montevideo deve ir até lá. Vale a pena.